Opinião

Artigo: Automação por meio de medidores inteligentes de energia elétrica permite adequação das distribuidoras à Tarifa Branca

Vigência da tarifa branca trouxe de volta discussão que estava “abandonada” pela falta de urgência em se ter uma solução: qual é a forma mais adequada e eficiente de promover a medição do consumo de energia?

Por Ricardo Hayashi

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A vigência da Tarifa Branca como “nova modalidade de cobrança” referente ao consumo de energia elétrica no Brasil, iniciada no dia 1 de janeiro de 2018, trouxe de volta uma discussão que estava “abandonada” pela falta de urgência em se ter uma solução: qual é a forma mais adequada e eficiente de promover a medição do consumo de energia?

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a medida tem o objetivo de equilibrar o consumo de energia em residências e pequenos comércios, principalmente no horário em que há “pico de consumo de energia” na rede elétrica promovida pela entrada simultânea de grandes cargas no período das 17:30 horas às 20:30 horas, por exemplo. Para isso, a agência lançou um modelo de cobrança que tem preço variável, de acordo com o dia e o horário da energia consumida.

Voltando à discussão inicial, a resposta para a questão aberta é: a medida ideal para as distribuidoras se adequarem à implementação da Tarifa Branca é investir na automação da medição de energia elétrica e a instalação dos medidores inteligentes em seus clientes.

Em termos práticos, investir na automação significa substituir a tradicional leitura manual de consumo de energia por um sistema “inteligente, eletrônico e conectado” que promove o envio dos dados coletados pelos medidores em tempo real para os respectivos centros de medição das distribuidoras, por meio de uma comunicação interligando as duas “pontas”. Comunicação essa que é viabilizada pela tecnologia de Redes MESH, que é facilmente implantável, demanda pouco investimento, é confiável, e adaptável, pois considera várias opções para roteamento de mensagens, otimizando continuamente a sua topologia com uma readequação rápida às falhas e mudanças encontradas na rede de dados.

Ao adotar os medidores inteligentes, a distribuidora de energia terá como primeiro benefício – e mais importante de todos - a eliminação da “perda de receita”, que geralmente é causada pela impossibilidade de medir regularmente o consumo de energia em determinadas localidades, principalmente nas áreas rurais, nas quais há dificuldade de estar presente todos os meses para a leitura manual da medição.

As cobranças são feitas a partir de cálculo baseado no “consumo médio” dos últimos meses em que houve a medição. Além disso, quando a distribuidora não consegue realizar a medição por três meses consecutivos, a cobrança deve ser efetuada com o valor mínimo. Nestes dois cenários se configura a “perda de receita”. A partir da implantação de um sistema de automação da medição, não existe mais perda, pois o monitoramento do consumo de energia é remoto e online – algo impossível por meio da leitura de medição tradicional -, sem a necessidade da “presença física” para esta atividade. A automação da medição garante que a distribuidora faça a cobrança correta e tenha receita sem perdas.

O segundo benefício é o combate a fraudes a partir dos registros minuto a minuto de consumo e de demanda de energia disponíveis nos medidores inteligentes, possibilitando assim o levantamento do perfil de consumo, a análise e comparação que podem denotar atitudes suspeitas por parte do cliente. Consequentemente, é possível obter redução de despesas ao eliminar deslocamentos desnecessários de equipes para o trabalho de inspeção de fraudes.

A adoção das Redes MESH permite também a redução de despesas operacionais (OPEX) já que isenta as distribuidoras de mensalidades e assinaturas pagas às operadoras de telecomunicações, como acontece com as tecnologias de redes celulares 3G/4G comumente empregadas para medição remota. Inclusive, como reduzir custos é sempre ponto primordial na estratégia de negócios de qualquer empresa, este fato também é de grande importância para justificar o retorno sobre o alto valor de investimento exigido para adoção dos medidores inteligentes.

Concluindo, assim como nos demais setores da economia, no setor de energia também podemos dizer que automatizar a medição é sinônimo de aderir ao conceito de Transformação Digital, movimento este que vem se tornando obrigatório para todos os tipos de empresa que lidam com alto volume de dados de clientes e que amplia a eficiência, confiabilidade e desempenho dos dispositivos conectados.

 Ricardo Hayashi, Responsável por Produtos para Conexões Inteligentes da Atech

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